Embedded Finance e as novas diretrizes do Banco Central para Instituições de Pagamento 

O conceito de Embedded Finance (finanças incorporadas) está transformando o mercado financeiro, essa tendência está sendo impulsionada pelas recentes diretrizes do Banco Central (BCB), como as Resoluções BCB Nº 406 e Nº 407. Essas resoluções atualizam as regras para as instituições de pagamento, reforçando a integração dos serviços financeiros por meio do Open Finance, permitindo que os consumidores tenham uma experiência mais fluida e transparente nas suas transações.

O que é Embedded Finance?

O Embedded Finance possibilita que empresas não financeiras ofereçam serviços financeiros diretamente em suas plataformas. Isso significa que o consumidor pode realizar pagamentos, solicitar empréstimos ou contratar seguros sem precisar acessar ambientes externos ou instituições financeiras tradicionais. Exemplos incluem aplicativos como iFood e Uber, onde o pagamento ocorre de forma quase invisível para o usuário.

No Brasil, empresas especializadas em soluções financeiras para instituições de pagamento, estão na vanguarda dessa transformação e destacam que o Embedded Finance oferece uma “ação financeira invisível”, onde a transação ocorre sem interação direta com intermediários financeiros.

Open Finance e as novas diretrizes do Banco Central

O Open Finance é um dos principais pilares dessa transformação, permitindo o compartilhamento de dados financeiros entre diferentes instituições. A Resolução BCB Nº 406, publicada em agosto de 2024, introduziu uma inovação importante ao permitir o compartilhamento de transações de pagamento sem redirecionamento para outros sistemas ou ambientes digitais. Isso representa um avanço significativo para a experiência do usuário, que poderá realizar pagamentos de forma ainda mais simplificada, sem ser direcionado a múltiplos portais.

A Resolução BCB Nº 406 estabelece etapas claras para o processo de iniciação de transações, com foco em segurança e autenticação, conforme os requisitos do Open Finance. A partir de 2026, todas as instituições participantes do arranjo de pagamentos Pix deverão implementar essas regras, garantindo que a autenticação e confirmação de pagamentos ocorram no mesmo ambiente digital.

Já a Resolução BCB Nº 407 altera a regulamentação sobre o funcionamento das instituições de pagamento, permitindo que prestadoras de serviço de iniciação de pagamento executem suas atividades no âmbito do Open Finance, sem o redirecionamento para outras plataformas. Essa resolução também estabelece limites mínimos de capital social para que as instituições participem dessas atividades, com o objetivo de garantir a solidez e a segurança do sistema financeiro.

Oportunidades e desafios do Embedded Finance no Brasil

O crescimento do Embedded Finance no Brasil oferece inúmeras oportunidades para empresas de diversos setores. Ao integrar serviços financeiros em suas plataformas, essas empresas podem aumentar a fidelidade dos clientes, melhorar a experiência de compra e criar novas fontes de receita. O Open Finance possibilita um entendimento mais profundo dos comportamentos de consumo dos clientes, permitindo ofertas personalizadas e relevantes.

No entanto, a expansão do Embedded Finance também apresenta desafios, especialmente relacionados à segurança dos dados. Com o aumento da digitalização dos serviços financeiros, garantir que as transações sejam seguras é fundamental. O Banco Central continua atualizando suas normas para assegurar a privacidade e proteção dos consumidores, prevenindo fraudes e riscos de concentração financeira.

O futuro do Embedded Finance no Brasil

O cenário para o Embedded Finance no Brasil é promissor. Com a implementação obrigatória do Open Finance até 2026 e a adoção crescente de tecnologias de pagamento digitais, a tendência é que essas soluções se tornem cada vez mais integradas ao cotidiano dos consumidores. As empresas que adotarem essas inovações estarão mais bem posicionadas para oferecer uma experiência de compra fluida, aumentando a satisfação dos clientes e consolidando-se em um mercado cada vez mais competitivo.

Acredita-se que o futuro dos pagamentos será invisível, onde os consumidores não precisarão interagir com bancos ou instituições financeiras de maneira explícita. O usuário simplesmente realizará suas compras e os sistemas integrados cuidarão de todo o processo financeiro em segundo plano, de forma rápida, segura e eficiente.

O Embedded Finance está moldando o futuro das finanças no Brasil, integrando serviços financeiros ao dia a dia dos consumidores de forma prática e invisível. Com as novas resoluções do Banco Central e o avanço do Open Finance, o país está cada vez mais próximo de um cenário onde as transações financeiras se tornem parte integrante de qualquer experiência digital. Para empresas e instituições financeiras, abraçar essas mudanças será essencial para se manter competitivas em um mercado em rápida transformação.

Leia também -> Techfins: Tecnologias para Instituições Financeiras

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