Na última semana de outubro, foi iniciada a terceira etapa do Open Banking. O movimento, desenvolvido pelo Banco Central, está sendo implantado aos poucos, transformando assim, a cultura financeira brasileira. Entenda como esse processo está se desenrolando e quais mudanças esperar para os próximos momentos
Em um período de dez anos, o quanto mudaram seus hábitos financeiros? É fácil ver: faz consideravelmente pouco tempo que passamos a utilizar o celular para pagar as contas do mês, ou até mesmo abrir contas bancárias. Difícil é se ver sem essa possibilidade. Em uma década, utilizar caixas eletrônicos para outras operações que não o saque de dinheiro, tornou-se algo dispensável. Você se imagina tendo que ir ao banco para pagar uma fatura de uma compra qualquer?
A digitalização de serviços, inclusive financeiros, é consequência inevitável do avanço da tecnologia. Como clientes, somos beneficiados das mais diversas formas: com praticidade, agilidade e até mesmo com funcionalidades que antes não eram viáveis. Mas, para que essas mudanças ocorram, é preciso que as empresas responsáveis por esses serviços, antes, se transformem. O processo de digitalização dos serviços financeiros é um compromisso que bancos tradicionais tomaram e é uma onda que fintechs e novos players surfam. E para que a onda se mantenha e seja ainda mais alta, o incentivo dos órgãos públicos e da legislação é fundamental.
Open Banking: medida do Banco Central para incentivar transformações
Felizmente, desde fevereiro deste ano estamos vivenciando no Brasil um movimento que faz a onda subir. O Open Banking, ou Sistema Financeiro Aberto, foi desenvolvido pelo Banco Central para que as transformações do mercado financeiro sejam ainda mais ágeis, diretas e livres. Através dele, o compartilhamento de dados e a desburocratização de serviços faz o mercado financeiro desenvolver novas dinâmicas e também transforma a própria cultura financeira dos brasileiros.
Porém, nenhuma cultura muda de um dia para o outro, que dirá sistemas que por anos foram engessados por modelos tradicionais de gestão. O processo de implementação do Open Banking é um processo que exige reorganizar serviços com estruturas funcionais e seguras no meio online. O desenvolvimento de interfaces envolve testes de usabilidade, segurança e compartilhamento de dados entre instituições. Além disso, as instituições devem estar dentro das regras delimitadas pelo Banco Central para que tenham sua aprovação, o que também leva certo tempo. Esses são alguns dos motivos pelos quais o Open Banking acontece em etapas.
Quais as etapas do Open Banking?
Para seguir uma sequência viável de implementações, o Banco Central decidiu dividi-las em determinadas fases. As já divulgadas são as seguintes:
- Fase 1: já concluída
Iniciada em fevereiro e já concluída, essa fase foi um momento de compartilhamento de dados entre as próprias instituições financeiras, para viabilizar a padronização de canais de atendimento, produtos e serviços.
- Fase 2 – Iniciou em 13 de agosto de 2021
A partir desta fase, são os clientes que podem compartilhar dados de serviços bancários, como contas, cartões de crédito, empréstimos e financiamentos, entre instituições financeiras. Isso torna a concorrência mais acirrada, pois assim o cliente pode centralizar seus dados e utilizá-los para aderir a qualquer serviço que ache mais interessante.
A liberação desses dados está acontecendo em momentos distintos, a cada duas semanas. Serão quatro:
- 1º Momento: de 13/08 a 12/09
Aqui, passou a ser possível compartilhar entre instituições apenas os dados cadastrais. Porém, já foi permitida a autorização de outras informações, as quais estão sendo liberadas nos novos ciclos.
- 2º Momento: de 13/09 a 26/09
Neste período, passou a ser permitido o compartilhamento de dados de contas.
- 3º Momento: de 27/09 a 10/10
Iniciou, então, o compartilhamento dos dados de cartão e contratos de crédito.
- 4º Momento: de 11/10 a 24/1
Finalmente, todos os dados cadastrais e transacionais poderão ser compartilhados. Dessa forma, os clientes poderão ver todas as suas informações em um único lugar, como um aplicativo de celular.
A fase 2 está sendo lançada dessa forma para que o sistema financeiro aberto se mantenha estável durante as novas transformações. Por isso também, as funcionalidades estão sendo liberadas aos poucos para os usuários, o que significa que nem todo usuário conseguirá compartilhar seus dados logo no início dos ciclos.
- Fase 3 – Iníciou em 29 de outubro de 2021
No final de outubro, teve início a integração de serviços com os chamados iniciadores de pagamentos, começando através do PIX e se estendendo a outros formatos. Clientes poderão realizar pagamentos através do Open Finance (evolução do Open Banking) comprando online e tendo o débito automático na sua conta corrente, por exemplo. Também, terão a opção de pedir ofertas de crédito, comparando taxas e condições entre diferentes instituições.
O cronograma para a liberação dessas formas de pagamentos é o seguinte:
- 29/10/2021 – Pagamentos através de PIX
- 15/02/2022 – Pagamentos por TED e transferências entre contas de uma mesma instituição
- 30/06/2022 – Pagamentos por boleto
- 30/09/2022 – Pagamentos por débito em conta
Para solicitar a proposta de operação de crédito, a data prevista é 30 de março de 2022.
Da mesma forma que na fase 2, as operações serão liberadas aos poucos, visando a estabilidade das transações no sistema.
- Fase 4 – Início previsto para 15 de dezembro de 2021
A última fase agendada para consolidar o Open Finance permitirá que dados de outros tipos de serviços financeiros sejam compartilhados, entre eles, serviços de credenciamento, serviços de câmbio, seguros, previdência e até mesmo conta salário. Essa fase também terá um cronograma de implementações:
- 15/12/21 – Poderão ser compartilhados os dados públicos dos produtos e serviços;
- 15/02/22 – Poderá ser compartilhado o serviço de transferências entre contas do mesmo banco e TED;
- 30/03/22 – Poderá ser compartilhado o envio de propostas de operações de crédito a todos os clientes que aderirem ao Open Finance;
- 31/05/22 – Passará a ser permitido o compartilhamento de dados dos outros tipos de transações feitas pelos clientes, como investimentos, seguros, câmbio e previdência.
- 30/06/22 – Poderão ser compartilhados serviços de pagamento por boleto.
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