Saiba o que é o Open Banking e como ele afetará as instituições financeiras!
Não há dúvidas de que o mercado financeiro está mudando. A regulamentação das fintechs e o seu reconhecimento como instituições financeiras independentes trouxeram ao consumidor um leque de novos produtos e serviços financeiros que melhoram a forma como ele lida com seu dinheiro.
Mas as mudanças não param por aí: em 2020, o Banco Central deu os primeiros passos para a regulamentação do Open Banking, um novo modelo que dará ainda mais liberdade e poder de escolha para o consumidor.
A expectativa é de que o Open Banking comece a funcionar plenamente no Brasil em outubro de 2021. Enquanto a data ainda não chega, preparamos este artigo para te contar o que você precisa saber sobre o assunto! Vamos lá?
O que é o Open Banking?
O Open Banking é um sistema de compartilhamento de dados que permitirá que as informações financeiras do consumidor sejam trocadas entre instituições financeiras e fornecedores terceiros (fintechs) por meio de APIs, tecnologia que automatiza a conexão entre diferentes sistemas. Vale ressaltar que esse compartilhamento deverá ser previamente autorizado pelo titular dos dados.
Em outras palavras, o Open Banking permitirá que fintechs e fornecedores de serviços financeiros online tenham acesso a todo o histórico financeiro de um consumidor junto a determinado banco, para que possam oferecer produtos e serviços que melhor atendam a esse consumidor.
O modelo facilitará e muito, a vida do consumidor, que poderá migrar seus dados financeiros de forma segura de uma instituição a outra. Isso permitirá, por exemplo, abrir uma conta em outro banco com menos burocracia e ainda ter acesso ao mesmo tipo de privilégio que tinha na conta anterior — uma vez que a nova instituição terá uma ideia exata do perfil do cliente a partir dos dados compartilhados.
O Open Banking também permitirá que credores tenham uma visão precisa do perfil financeiro de um consumidor, potencialmente reduzindo os riscos e os juros de um empréstimo. Do lado do consumidor, ele poderá ter uma imagem completa da sua própria situação financeira para basear suas decisões sobre contração de novas dívidas.
Até as empresas podem ser beneficiadas economizando tempo na contabilidade ou otimizando a detecção de fraudes e monitoramento de contas.
Como o Open Banking funciona?
Portanto, vamos ser um pouco mais técnicos e entender o que são as APIs, a tecnologia que tornará o Open Banking real.
Simplificando, as APIs permitem que as informações das pessoas sejam compartilhadas, como sua localização, preferências ou se elas têm crédito ou não.
Esse tipo de tecnologia já é amplamente utilizado por empresas como Facebook, Google Maps e Uber. Por exemplo, o Uber utiliza a API aberta do Google Maps para saber onde você e seu motorista estão.
Da mesma forma, se os bancos fornecerem APIs padronizadas para compartilhar dados de contas de clientes, eles possibilitarão que os provedores de serviços ofereçam produtos e serviços com base no acesso direto a esses dados.
A vantagens do Open Banking para as instituições
Ok, as vantagens do Open Banking para o consumidor são claras — ele terá acesso a opções personalizadas e que atendem muito melhor às suas necessidades. Mas e para as instituições financeiras: quais as vantagens?
O Open Banking aumentará a competição entre os grandes bancos e as fintechs, resultando idealmente em custos mais baixos, melhor tecnologia e melhor serviço ao cliente.
Os bancos estabelecidos terão que fazer as coisas de novas maneiras que não estão configuradas atualmente e adotar novas tecnologias. No entanto, eles podem tirar proveito disso para fortalecer o relacionamento e a retenção de clientes, ajudando-os melhor a administrar suas finanças, em vez de simplesmente facilitar as transações.
Do lado das fintechs, as vantagens são ainda maiores. O Open Banking resolverá um dos maiores desafios dessas empresas atualmente: conseguir clientes. O modelo dará acesso às fintechs à totalidade dos cidadãos bancarizados.
Além disso, elas poderão acessar dados detalhados do consumidor, o que daria abertura para a criação de novos e inovadores serviços.
Open Banking no Brasil: fases de implementação
O Open Banking já está ganhando o mundo. Segundo uma pesquisa realizada pela Juniper Research, serão 40 milhões de usuários do novo sistema no mundo até dezembro de 2021.
O Brasil, portanto, não poderia ficar para trás. Como mencionamos no início do artigo, em 2020, o Banco Central anunciou as regras e as fases de implementação do Open Banking. As fases, de acordo com o Bacen, serão compostas da seguinte forma:
- Na primeira fase, os participantes devem divulgar informações dos produtos e serviços que oferecem. Terceiros poderão consultar as informações, reuni-las e compará-las;
- Na segunda fase, haverá o compartilhamento dos dados dos clientes, com autorização desses. Só depois os dados podem ser compartilhados. Será finalizada até maio de 2021;
- Na terceira fase, ocorre a iniciação de transações de pagamentos. Finalizada até agosto de 2021;
- Na quarta fase, ocorre a expansão dos serviços, até dezembro de 2021.
Já as regras e procedimentos para a implementação do Open Banking foram divulgadas através da Resolução BCB n° 32, de outubro de 2020. A resolução detalha os manuais técnicos, de segurança, APIs, escopo mínimo de dados e serviços prestados, assim como responsabilidades da estrutura de Governança do Open Banking.
É esperado que o Open Banking altere o cenário competitivo do setor de serviços financeiros, beneficiando os consumidores ao aumentar a concorrência, conforme descrito acima.
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