Veja como o comportamento das novas gerações vem afetando o uso de plataformas digitais de pagamentos em instituições financeiras tradicionais e fintechs.
A facilidade e praticidade trazida pelas plataformas digitais no mercado de serviços financeiros alterou drasticamente a forma como esses são prestados. Além disso, o comportamento das gerações mais jovens, que cresceram em contato com a internet e smartphones, também vem exigindo mudanças de paradigma de bancos e outras instituições financeiras.
Aliás, você sabia que três em cada quatro brasileiros têm interesse em investir por meio de plataformas digitais? Isso representa um enorme mercado potencial, e os bancos não têm ficado para trás. Veja como as instituições vêm se adaptando a esses novos cenários para assegurar sua competitividade.
O que são as plataformas digitais?
Plataformas digitais são modelos de negócios do tipo plug and play (conectar e jogar, em tradução livre) que permitem a interação entre fornecedores de consumidores de serviços financeiros. É uma espécie de marketplace, onde as partes interessadas no serviço podem se conectar, interagir, criar e trocar valor. Essa definição não é nova no mercado, mas vem crescendo em importância e visibilidade.
Dessa forma, de acordo com a Harvard Business Review, para serem consideradas plataformas digitais, as companhias que assim se descrevem devem ter pelo menos três características:
- Ser um ímã e atrair os consumidores e provedores corretos (tem que haver afinidade de perfis entre os provedores e os consumidores para “dar match”);
- Agir como um promotor de encontros entre os provedores corretos e os consumidores adequados;
- Oferecer um kit de ferramentas que permita que os provedores possam facilmente conectar e desconectar da plataforma e integrarem-se com consumidores.
Portanto, as plataformas digitais financeiras são modelos de negócio digital que operam com o uso de tecnologias como Machine Learning, Inteligência Artificial e outros recursos.
Um exemplo recente das plataformas digitais financeiras no Brasil é o PIX. Este produto, lançado recentemente pelo Banco Central, tem a finalidade de agilizar as transações comerciais e financeiras, além de baratear esse serviço e promover a inclusão financeira.
É importante observar que as plataformas digitais não se restringem ao mercado financeiro. Um exemplo bem conhecido desse tipo de produto é a Amazon, que usa para e-commerce.
Quais são os principais tipos de plataformas digitais financeiras existentes hoje?
No caso de serviços financeiros, de acordo com artigo da Forbes, há cinco principais tipos de plataformas digitais predominantes no mercado hoje:
- Plataformas digitais de APIs de megabancos (Megabank API Toolkits). Bancos como o Citibank e HSBC utilizam alguma plataforma digital que permite a integração de aplicativos de terceira parte (API, “Application Programming Interface” ou “Interface de Programação de Aplicativos”, em tradução livre). As etapas de identificação de identidade de clientes, por exemplo, utilizam serviços de desenvolvedores externos aos bancos.
- Plataformas de marketplace, que integram serviços de bancos com sites de e-commerce
- Plataformas analíticas, que estão crescendo em importância principalmente por questões de segurança de dados. É o exemplo da Trellance, que é um ecossistema colaborativo que tem o objetivo de criar comunidades de usuários, desenvolvedores e cientistas de dados voltados a pensar soluções para aumentar a segurança no mercado financeiro. Outro exemplo é o Watson, da IBM
- Plataformas digitais de Business Banking (negócios bancários), com serviços baseados em nuvens. Essas empresas realizam a curadoria de soluções pré-integradas para fintechs. Esse tipo de serviço é prestado por empresas como a finovate, que presta serviço para a JPMorgan.
- Plataformas digitais de integração de core. Esses fornecedores provêm serviços auxiliares com melhor integração aos seu core business, ou negócio principal.
Por conseguinte, as plataformas digitais, tanto financeiras como outras, são a instrumentalização da transformação digital em grande escala que vem acontecendo no mundo. Tal transformação tem a ver não apenas com o comportamento das novas gerações, mas com o modelo de negócios global.
Qual a importância da transformação digital para instituições financeiras?
Quando falamos em plataformas digitais, inevitavelmente estamos nos referindo à transformação digital também. Com o surgimento da pandemia, ficou bastante evidente a defasagem do Brasil em vários níveis quando o assunto é uso de tecnologias de informação.
Isso não quer dizer, no entanto, que o país não tenha grande competitividade no mercado de plataformas digitais financeiras, pelo contrário – o Brasil já conta com empresas robustas no setor e vários unicórnios. Por outro lado, nem todas as empresas e bancos conseguiram acompanhar o ritmo das mudanças, e quem começou cedo hoje detém uma grande vantagem competitiva. Resta aos bancos correrem atrás do prejuízo.
Aliás, é o que vem acontecendo – e quanto antes os bancos começarem a curva de aprendizado, melhor para eles! Isso porque plataformas digitais como a XP Investimentos já administram cerca de R$ 260 milhões em ativos de 1,4 milhões de clientes. Hoje, o banco Itaú detém 49% da XP. Além dela, outras plataformas digitais detêm cerca de R$ 342 bilhões sob sua custódia. Apesar dos números, no Brasil, cerca de 80% dos depósitos ainda é feito em bancos, realidade oposta a de mercados como o dos Estados Unidos.
No entanto, espera-se que essa realidade se altere, à medida que as plataformas digitais cresçam em importância, assim como o conceito de open banking aqui no país. Esse conceito, também, é o que deverá marcar os próximos passos na transformação digital financeira no Brasil. Em acréscimo, estudos de mercado vêm mostrando que 3 em cada 4 brasileiros têm interesse em passar a utilizar plataformas digitais para investimentos. Ou seja, é um mercado potencial gigantesco, e as instituições financeiras devem estar preparadas para aproveitar a oportunidade.
Nesse cenário, os bancos estão começando a reagir. Não sem motivo: o valor de mercado dos 4 maiores bancos do país caiu cerca de US$ 26,9 bilhões. Além disso, 9 em cada 10 clientes de fintechs – fortes usuárias de plataformas digitais – acham os serviços melhores ou iguais a de bancos.
Assim, plataformas digitais atuam como “supermercados” (marketplace) de produtos financeiros. Dessa forma, elas agem como parte integrante das atividades diárias das diversas partes interessadas nesses serviços, facilitando e agilizando as interações e transações comerciais.
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